É o que sugere os dados preliminares de um estudo
Um estudo publicado no Oxford University Press, sugere que em todo o mundo, cerca de 15% das pessoas que morreram de COVID-19, teriam sobrevivido se não tivessem sido expostas à poluição do ar ao longo de suas vidas.
O risco de mortalidade pela doença coronavírus que surgiu em 2019 (COVID-19) é aumentado pela comorbidade de doenças cardiovasculares e pulmonares. A poluição do ar também causa o excesso de mortalidade por essas condições.
O método do estudo foi feito com base na exposição global a partículas finas feito por dados de satélite e calculados a fração antropogênica com um modelo de química atmosférica. O grau em que a poluição atmosférica influencia a mortalidade do COVID-19 foi derivado de dados epidemiológicos nos EUA e na China. O estudo estima que a poluição atmosférica particulada contribuiu 15% (intervalo de confiança de 7 a 33%) para a mortalidade COVID-19 em todo o mundo.
É fato que a mortalidade do COVID-19 depende de comorbidades, incluindo condições que aumentam os riscos cardiovasculares, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade e doença arterial coronariana estabelecida, bem como condições respiratórias como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, sendo semelhantes às que são influenciadas pela poluição do ar.
O SARS e a poluição do ar
No início dos anos 2000, a primeira síndrome respiratória aguda grave coronavírus (SARS-CoV-1) apareceu na China (província de Guangdong). O vírus era zoonótico, como se desenvolveu originalmente em morcegos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que resultou em uma epidemia de SARS com 8.000 casos em 26 países, a maioria no sudeste da Ásia e no Canadá. A doença surgiu em novembro de 2002 e foi contida em julho de 2003. SARS-CoV-1 e SARS-CoV-2 têm muitas semelhanças, pois seus genomas de RNA estão intimamente relacionados.
Um outro estudo realizado em 2003 confirmou que em partes da China com níveis moderados de poluição do ar, o risco de morrer pela doença foi 80% maior em comparação com áreas com ar relativamente limpo, enquanto em regiões altamente poluídas o risco era duas vezes maior.17
O COVID-19 e poluição do ar
Em 2019, a segunda cepa de vírus relacionada apareceu (SARS-CoV-2) na China (Província de Hubei), que também se desenvolveu em morcegos, causando o COVID-19, que cresceu de uma epidemia para uma pandemia no início de 2020. Uma análise chinesa indicou que o risco de infecção sintomática normalmente aumenta 4% para cada ano de idade entre 30 e 60 anos, e que a letalidade é maior para indivíduos de 60 anos. O COVID-19 está associado a uma combinação de complicações respiratórias e cardiovasculares, que podem incluir infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, trombo-embolias venosas e aumentos em biomarcadores, que também são encontrados em conexão com altos níveis de poluentes atmosféricos.
A conclusão do estudo sugere a busca por políticas eficazes para reduzir as emissões de gases que causam tanto a poluição do ar quanto as mudanças climáticas, precisa ser acelerada. Isso fornece uma motivação extra para combinar políticas ambiciosas para reduzir a poluição do ar com medidas para controlar a transmissão do COVID-19.
A pandemia termina com a vacinação da população ou com imunidade de rebanho através de extensa infecção da população. No entanto, não há vacinas contra a má qualidade do ar e as mudanças climáticas. O remédio é mitigar as emissões. A transição para uma economia verde com fontes de energia limpas e renováveis promoverá a saúde ambiental e pública localmente através da melhoria da qualidade do ar e globalmente, limitando as mudanças climáticas.
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