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Engenheiros estão construindo estradas mais duráveis – utilizando “lixo”

A mistura de agregado de concreto reciclado

Qual é o melhor lugar onde poderíamos colocar pneus velhos e entulhos? Literalmente na superfície da estrada! Essa é a ideia do engenheiro civil Mohammad Saberian Boroujeni, da Universidade RMIT, na Austrália.

“As bases rodoviárias tradicionais são feitas de materiais virgens insustentáveis – rochas em quarentena e areia natural. Nosso material misturado é uma alternativa 100% reciclada que oferece uma nova maneira de reutilizar pneus e resíduos de construção, ao mesmo tempo em que atua fortemente em critérios-chave como flexibilidade, força e deformação permanente”, afirmou o engenheiro civil Boroujeni.

Segundo o engenheiro, usando uma mistura de pneus velhos e entulhos que sobraram de projetos de construção, um material recém-desenvolvido foi capaz de controlar as pressões do tráfego. Na verdade, é mais flexível do que os materiais de estrada padrão, e, portanto, menos propensos a quebrar. A mistura de agregado de concreto reciclado (RCA) e migalhas de pneu é adequada para uso como camada base, sob o asfalto colocado em cima. A RCA já é usada dessa forma, mas a adição de peças de pneu torna ainda mais capaz de lidar com os elementos.

Segundo os pesquisadores, 0,5% de borracha de migalhas finas para 99,5% de RCA era o ponto ideal, mantendo a força necessária, mantendo também os dois materiais coesos. Muita borracha, e a força do material começou a diminuir.

Os autores do estudo observam que 1 bilhão de pneus de sucata são produzidos anualmente em todo o mundo, enquanto os resíduos de construção, reforma e demolição são responsáveis por metade do total global de resíduos a cada ano.

“À medida que avançamos em direção a uma economia circular que possa eliminar o desperdício e apoiar o uso contínuo dos recursos, nossa mistura reciclada é a escolha certa para melhores estradas e um ambiente melhor”, diz Boroujeni.

Mas essa ideia é realmente sustentável?

O ciclo comum dos resíduos de pneus geralmente é despachado para aterros sanitários ou incinerados, liberando mais CO2 no ar e levando a produtos químicos que lixiviam o ambiente e afetam a saúde humana. O problema é que, o estudo do engenheiro Boroujeni não leva em conta que estão mudando um problema de lugar para um outro, que talvez seja pior que o primeiro. Partículas de resíduos desses produtos que serão usados como asfalto ainda sim vão poluir o meio ambiente. O estudo também não leva em consideração que um produto sustentável, não é sustentável ambientalmente falando, quando é reciclado poucas vezes desde a primeira concepção dele. O caso dos pneus e o entulho, se adequam perfeitamente nesse exemplo, o material será usado apenas uma única vez!

Fica claro que a ideia principal desse estudo é diminuir o uso de matéria prima e “vestir” uma ideia de empresa sustentável.

As soluções para nossos problemas de resíduos virão não da redução do quanto vai para o aterro sanitário e ou do aumento do quanto recicla, mas do mínimo que produzimos. Essa ideia de misturar pneus velhos e entulhos não se enquadra em uma economia circular.

A pesquisa foi publicada na Empresa de Construção e Construção de Materiais.